Cobra-papagaio (Corallus Caninus e Corallus batesii)
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Fala pessoal!!
Conheça neste artigo esta belíssima serpente, a cobra-papagaio!!
Com coloração verde e amarela vibrantes, essa serpente é considerada uma das mais belas da Amazônia!
Parente da jiboia e da sucuri, a cobra-papagaio dificilmente é vista andando pelo chão: gosta de ficar bem no topo das árvores, a uma altura de 12 a 15 metros.
O nome popular do animal se deve à sua coloração verde bem vivo, com manchas brancas pelo corpo e ventre amarelo – cores que lembram a ave “falante” brasileira. Também costuma ser chamada de periquitamboia.
As periquitamboias, ou cobras-papagaio, são serpentes nativas constritoras, da família Boidae. Podem chegar a 1,8-2,1 metros de comprimento, 1,5 quilos e viver de 15 a 30 anos em cativeiro. São animais famosos pela sua coloração verde viva com marcações brancas possuem dentes longos e como as outras serpentes do gênero Corallus, são serpentes arborícolas e noturnas.
Os animais nascem com colorações que variam de laranja claro a vermelho tijolo e apenas vão adquirir a coloração verde típica em torno de 9 a 12 meses de idade.
São serpentes muito desejadas no mercado pet mundialmente, principalmente pela sua beleza. Entretanto são conhecidas por não tolerarem muito bem o manuseio e demandarem um bom manejo de rotina, portanto, essa espécie é indicada para proprietários já com alguma experiência com répteis.
As periquitamboias são animais muito similares à Píton-verde-arborícola (Morelia viridis), nativas o sudeste da Ásia e Austrália, apesar de muito parecidas, são espécies geneticamente distantes, porém passaram por um processo de evolução convergente.
Existem duas espécies conhecidas como periquitamboias, a Corallus batesii e a Corallus caninus. As duas espécies são bastante parecidas de modo geral, entretanto há diferenças tanto físicas quanto da região de ocorrência dessas espécies.
Corallus caninus
Ocorre na Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela (Bolívar, Amazonas), e nordeste do Brasil (Amapá, Pará, Roraima, Amazonas). A princípio são animais menores, raramente passando de 1,8m e mais temperamentais. Fisicamente a característica diferencial mais típica entre as espécies é a marcação branca ininterrupta no dorso do animal, presente apenas nas C. batesii. Biologicamente, ainda há diferenças nas escamas supralabiais (C. caninus possuem em média 3, e C. batesii em média 8) e nas marcações laterais (C. caninus possuem em média 1, e C. batesii em média 18).
Corallus batesii
Ocorre no
alto da bacia Amazônica, desde o Brasil (Amazonas, Pará), Peru, Bolívia, Equador e Colômbia. Apesar de o tamanho médio também ser em
torno de 1,8m, as C. batesii podem atingir tamanhos maiores (acima de
2m) e teoricamente são mais dóceis do que as C. caninus. Fisicamente a
característica diferencial mais típica entre as espécies é a marcação
branca ininterrupta no dorso do animal, presente apenas nas C. batesii.
Biologicamente, ainda há diferenças nas escamas supralabiais (C. batesii
possuem em média 7, e C. caninus em média 3) e nas marcações laterais
(C. batesii possuem em média 18, e C. caninus em média 1).
Animais híbridos entre as espécies podem existir e geralmente apresentam
padrão dorsal da C. caninus sem sombreamento nas marcas brancas,
frequentemente com triângulos brancos maiores e marcações brancas
laterais mais frequentes e irregulares como a C. batesii.
Confira abaixo as informações para sua criação em cativeiro:
Recinto: Terrário
Dieta: Roedores
Rotina: Baixa
Espaço: Moderado
Expectativa de vida: 15-20 anos
Peso: Em média 1,5kg
Sociabilidade: Solitário
Comportamento: Noturno
Interatividade: Baixa
Custo de aquisição: Alto
Custo de instalação: Moderado
Custo de manutenção: Baixa
As periquitamboias devem ser mantidas em terrários devidamente equipados. Em fase inicial de vida os filhotes podem ser mantidos em terrários menores como 30x30x30cm a 90x45x45cm, conforme o tamanho do filhote. Animais adultos podem ser mantidos em terrários de 70x70x100cm. Recomendamos AO MENOS que a medida da diagonal do terrário tenha o comprimento do animal, dessa forma o animal pode se esticar por completo no recinto. Apesar de serem serpentes arborícolas, as periquitamboias se deslocam horizontalmente pelos galhos, por isso terrários horizontais são necessários. Esse terrário pode ser de madeira, vidro, materiais plásticos resistentes ou alvenaria.
O terrário deve ser equipado com um substrato adequado, preferencialmente algum substrato que seja capaz de reter umidade e manter o ambiente úmido ao longo do dia. Bebedouros de tamanho compatível com o animal devem existir, tanto no chão, quanto bebedouros suspensos, as periquitamboias frequentemente de hidratam da água retida nas paredes e ornamentos do terrário. Tocas para abrigo do animal também devem existir, entretanto as periquitamboias frequentemente ficam enroladas de maneira característica em poleiros do recinto. Os poleiros devem ter ao menos a mesma espessura do corpo do seu animal na porção mais larga. Esses poleiros podem estar em diversas alturas do terrário e devem permitir que o animal se desloque lateralmente entre os poleiros. Para aquecimento é necessária uma placa de aquecimento do lado quente do terrário e uma lâmpada de aquecimento para criar um basking spot. Como as periqutamboias são serpente arborícolas, vão se beneficiar de aquecimentos no topo do terrário, lembre-se sempre de proteger adequadamente a lâmpada de aquecimento! O uso de termostatos é indicado para controle fino da temperatura do recinto e maior segurança para o animal, bem como o uso de termômetros e/ou termohigrômetros. A temperatura ideal para periquitamboias varia de 25 a 30°C, podendo reduzir para 15-20°C à noite. A umidade deve ser mantida alta com variações ao longo do dia, isso pode ser criado aspergindo água pelo terrário, seja com aspersores manuais ou eletrônicos. Isso faz com que a umidade chegue a 100% no momento da aspersão e caia para em torno de 65% ao longo do dia, além de contribuir para a umidade do terrário, essa prática também deixa gotículas de água no recinto, como as paredes, plantas, troncos, permitindo que a serpente beba essa água.
Ornamentações podem ser utilizadas no recinto desde que bem escolhidos e instalados, podem ser utilizados troncos, cork barks, rochas, plantas artificiais ou naturais, e são importantes tanto para estética do recinto quanto para aumento da complexidade ambiental para a serpente (enriquecimento ambiental). Como citado, os poleiros horizontais são essenciais para as periquitamboias e devem ter o mesmo diâmetro que o corpo da serpente. Plantas naturais também contribuem tanto para ornamentação como na retenção de umidade no recinto e gotículas de água e na criação de pontos de privacidade para o animal.
Esteja sempre atento para o gradiente de temperatura e o gradiente de luminosidade do recinto do seu animal!
Dieta
As periquitamboias são répteis exclusivamente carnívoros e se alimentam naturalmente de pequenos mamíferos, lagartos e aves. Em ambiente doméstico devem ser alimentados sempre com presas inteiras, incluindo ratos, camundongos e aves como pintinhos e codornas, sempre de boa procedência. É essencial o fornecimento da presa inteira para balanceamento nutricional da sua serpente e a Meu Exotico recomenda sempre que possível o uso de presas previamente abatidas, as presas são animais antes de serem alimentação e merecem nosso respeito. O protocolo de alimentação pode variar conforme condições ambientais e objetivos, porém um protocolo recomendado para um animal com boa saúde e bom manejo é de 10-20% do peso do animal a cada 21-30 dias. Você pode usar o APP MEU EXÓTICO para te ajudar nessa rotina!
Demandas psicológicas
As serpentes são animais extremamente complexos e fascinantes, porém com baixa capacidade cognitiva e emocional. De fato, esses animais possuem alguma capacidade de reconhecimento de indivíduos, provavelmente pela forma de contato e odores, porém a capacidade de afeição é questionável. As periquitamboias são animais famosos por serem temperamentais, proprietários dedicados e que manuseiem o animal com maior frequência e experiência podem se beneficiar de uma serpente mais dócil, especialmente C. batesii. Botes de periquitamboias podem ser mais doloridos que de outras serpentes considerando o comprimento de seus dentes. De qualquer forma, serpente não demandam contato humano frequente e pouco se beneficiam de carinho e afeto por parte de seus donos.
As serpentes são animais que devem ser mantidos sozinhos nos terrários, podendo apresentar comportamentos territorialistas com outras serpentes. Na natureza, convivem com outras serpentes apenas em época reprodutiva. As periquitamboias são animais de comportamento discreto e devem ser mantidos em cômodos com grande fluxo de pessoas se o terrário permitir pontos de privacidade ao animal.
Investimento financeiro
A aquisição de uma periquitamboia legalizada está estimada entre R$15.000 a R$20.000 conforme a espécie, a disponibilidade de filhotes e o criatório de origem, até janeiro de 2022 nenhum animal legal foi vendido no país, apesar de diversos criatórios possuírem matrizes. A aquisição de animais legalizados permite que você tenha plena liberdade com seu animal, sem o risco de multas e processos inerentes à posse ilegal de animais silvestres.
Após a aquisição da serpente é necessário investir nas demandas iniciais do animal especialmente a montagem do terrário. Esse custo pode variar de R$500 a R$2000 e até mais, conforme seu projeto e equipamentos instalados.
Para manutenção de uma jiboia o custo é relativamente baixo. Os custos de manutenção envolvem eletricidade dos aquecimentos do animal (R$18/mês); alimentação, que vai variar conforme o porte do seu animal; e manutenção do recinto, como substituição de ornamentos, lâmpadas e eventualmente do próprio terrário.
Nunca se esqueça que estamos falando de um ser vivo! Lembre-se de ter uma reserva financeira para consultas e exames anuais e eventuais emergências médicas com seu animal!
Investimento de tempo
As periquitamboias não demandam muito tempo da sua rotina para que tenham boa qualidade de vida. Essencialmente necessitam de 15 minutos diários para inspeção do terrário, em torno de uma hora semanal para uma limpeza básica do recinto e ao menos uma hora mensal para alimentação e uma limpeza mais detalhista do recinto. Esse é a demanda mínima de tempo para uma boa qualidade de vida para o animal, obviamente pode ser adicionado tempo de interação seja, diário ou semanal.
Caso busque um animal mais dócil, separe de 15 a 30 minutos diários de manipulação do animal.
Outras pessoas
As serpentes são animais sensacionais, porém nem todas as pessoas se identificam bem com esses animais. Há um receio cultural muito forte sobre esses animais e devemos sempre respeitar as demais pessoas ao nosso redor. O primeiro ponto são as pessoas que moram com você, sempre consulte essas pessoas antes de adquirir seu animal. O segundo ponto são as demais pessoas, nunca leve seu animal a um ambiente público (áreas comuns do condomínio, parques, restaurantes, etc) e force contato do animal com as pessoas, isso pode ocasionar acidentes tanto para pessoas com danos potenciais mínimos, mas principalmente para o seu animal, podendo, por exemplo, levar a uma queda fatal.
Por fim, devemos reconhecer que algumas pessoas possuem FOBIA a serpentes, a fobia é um medo exagerado de algo ou alguma situação e normalmente não são racionalizáveis, portanto sempre respeite as pessoas ao seu redor.
Meio ambiente
As periquitamboais são espécies de serpente nativas, de qualquer forma esses animais NUNCA DEVEM SER SOLTOS na natureza. Animais legalizados são nascidos em cativeiro e foram selecionados para serem bons animais de estimação e não a sobreviverem em vida livre. Além disso a soltura inadequada de animais pode ocasionar em impactos ambientais sobre as populações de animais nativas daquele local, como predação e/ou transmissão de doenças.
Serpentes não necessitam de nenhum tipo de vacinação ou vermifugação preventiva. A castração de serpentes não é uma prática realizada como rotina (apenas em caso de doenças), porém a reprodução de animais silvestres sem licenciamento do órgão ambiental é crime ambiental.
Quanto à sua criação em cativeiro sempre adquirir animais de criatórios legalizados.
Caso seja um animal retirado da natureza, isso configura crime ambiental (artigo 29 da Lei 9.605/1998).
(Fotos extraídas do Google).
Fontes do texto:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corallus_caninus
https://www.biodiversity4all.org/taxa/32087-Corallus-caninus
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