Mussum (Synbranchus Marmoratus)
Olá pessoal!
Neste post falarei sobre este peixe muito interessante conhecido popularmente por inúmeros nomes como enguia de água doce, Enguia-do-Pântano, Moçu, Muçu, Muçum, Munsum, Mussum, peixe cobra e Cobra-D´Água.
Ficha Técnica
Ordem: Synbranchiformes — Família: Synbranchidae (Synbranchídeos)
Nomes Comuns: Mussum — Inglês: Marbled swamp eel
Distribuição: América Central e do Sul
Tamanho Adulto: 150 cm (comum: 60 cm)
Expectativa de Vida: 15 anos +
Comportamento: pacífico, predador
pH: 6.0 a 8.0 — Dureza: indiferente
Temperatura: 22°C a 34°C
Amplamente distribuído na América Central e América do Sul, desde o sul do México até o norte da Argentina. No Brasil é encontrado praticamente em todas bacias hidrográficas.
Ocorre em lagos, córregos, brejos, pântanos e rios com abundante vegetação aquática e muito pobre em oxigênio dissolvido, podendo sobreviver a longos períodos enterrado na lama. Pode habitar o interior de cavernas, ou tocas nas margens dos rios para se abrigar. Ocasionalmente pode ser encontrado em água salobra.
Nos períodos de seca, o Mussum costuma cavar uma toca em forma de tubo, onde permanece em estado letárgico até o início das chuvas, ou caso surja alguma ameaça. Sua pele libera grande quantidade de muco, e assim se mantém umedecida, enquanto alterações na fisiologia de órgãos como rins e fígado garantem a sobrevivência sem alimentação.
Descrição
Possui o corpo sem escamas e uma uma só abertura branquial localizada sob a cabeça. Sua forma serpentiforme lembra uma cobra. Seus olhos são pequenos situados bem à frente da cabeça. Sua coloração vai do cinza-escuro ao castanho, com manchinhas mais escuras esparsas pela cabeça e pelo corpo. Não apresenta nadadeiras peitorais nem pélvicas, e as nadadeiras dorsal e anal se fundem com a caudal.
Sua respiração também é aérea, ou seja, ele pode respirar fora da água, graças à faringe altamente vascularizada, que funciona como um pulmão. Devido a estas características, pode migrar de um corpo d’água para outro próximo, rastejando pelo chão.
Também é desprovido de bexiga natatória, sendo semelhante com os ofídeos (enguias verdadeiras). Outra característica é a água que entra pela boca dos peixes, passa pelas brânquias (que capturam oxigênio para respiração) e sai pelas fendas branquiais. Mas no caso dos Synbranchidae, há apenas uma fenda branquial composta por um orifício ventral, e não duas aberturas laterais, uma em cada lado da cabeça, como estamos acostumados a ver na maioria dos peixes.
Secreta uma grande quantidade de muco, daí seu nome comum “Mussum” origina-se do termo tupi mu’su ou mu’sim, que em português significa “escorregadio”. Sua pele contém muitas glândulas mucosas, o que a torna viscosa, escorregadia e difícil de segurar.
É comumente utilizado como isca para pesca, como a “tuvira” ou sarapó”, Gymnotus carapo (Gymnotidae), e como alimento humano.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 150 cm de comprimento e 50 cm de largura desejável.
O substrato deverá ser preferencialmente arenoso ou de granulometria pequena. A decoração deverá ser comporta por refúgios (tocas) onde passará a maior parte de seu tempo.
Comportamento
Embora apresente comportamento pacífico, comerá qualquer peixe que couber em sua boca principalmente no período noturno. É uma das espécies de peixes mais inteligentes para se manter em aquário, podendo interagir com o dono.
Quando bem adaptado costuma “passear” por todo o aquário, não somente
pelo fundo, podendo até mesmo ficar com parte de seu corpo para fora da
água. Por esta razão mantenha um aquário bem tampado já que são muito habilidosos na fuga, podendo passar por praticamente qualquer abertura na tampa do aquário. Inclusive espécies que já estão maiores podem até empurrar a tampa do aquário para escapar, portanto necessária uma tampa que fique bem firme ou com algum peso sobre que não permita que isso aconteça.
O mussum pode ser mantido com outras espécies pacíficas. Apenas tome cuidado com peixes pequenos e invertebrados, pois irá se alimentar deles. Você pode manter apenas um mussum no aquário, outros da mesma espécie também já que podem viver em grupos ou peixes de porte médio ou grande que fiquem mais na parte do meio ou superior do aquário.
Pode sobreviver por longos períodos fora da água desde que sua pele esteja úmida. São animais extremamente resistentes.
Reprodução
Ovíparo. O peixe Mussum, durante o período de reprodução, põe seus ovos em tocas, que servem de ninhos. Cada ninho pode conter até 30 ovos e larvas em diferentes estágios de crescimento, indícios de que este peixe produz múltiplas ninhadas, ao longo da estação reprodutiva. É o macho quem protege a prole.
Apresenta biologia reprodutiva conhecida por protogia. Fêmeas podem mudar de sexo se tornando machos. Esses indivíduos são chamados de machos secundários, enquanto que os machos primários são aqueles que já nasceram deste sexo.
Entre os peixes teleósteos, o gonocorismo ou dimorfismo sexual é uma característica dominante. Porém, hermafroditismo simultâneo, com maior ou menor grau de sincronia e inversão de sexo com maturação sequencial, sucessiva ou não, dos tecidos germinativos masculinos e femininos, e vice-versa, e/ou reversão de sexo são encontrados em várias espécies. A mudança de sexo nos indivíduos adultos envolve a degeneração do tecido gonadal do primeiro sexo e o crescimento e maturação do tecido do sexo oposto, em substituição ao anterior, passando por uma fase de intersexo. Synbranchus marmoratus, como a maioria dos Synbranchidae, é um peixe hermafrodita protogínico diândrico. (Antoneli, 2002)
Dimorfismo Sexual
Não apresenta dimorfismo sexual externamente.
Alimentação
É um peixe carnívoro com preferência a carcinofagia, com hábitos noturnos, alimentando-se de presas vivas, principalmente crustáceos, moluscos e pequenos peixes, mas também insetos, minhocas e materiais vegetais.
Durante a seca a espécie apresentou valores altos no índice médio de repleção, com pico no mês de outubro e o menor valor ocorreu no mês de fevereiro durante o período chuvoso. Synbranchus marmoratus se alimentou de material animal, preferencialmente de camarões (45,21%), material orgânico semi-digerido (23,93%), moluscos (11,56%), peixes (10,93%), insetos (6,25%) e nematóides (2,12%). A espécie em estudo foi caracterizada como carnívoro com preferência a carcinofagia, com maior atividade alimentar durante a estiagem.
Em aquário aceitará alimentos secos e vivos.
Etimologia: Synbranchus; grego, sin, sínfise = crescido juntos + grego, brangchia = brânquia. Em alusão a sua brânquia unificada.
marmoratus: do latim que significa “marmorizado”, em referência ao padrão de cores da espécie.
Devemos ter muito cuidado e responsabilidade ao cuidar de um animal, afinal estamos lidando com vidas. Devemos sempre buscar oferecer o melhor para o animal, até porque eles dependem de seu tutor para ter a melhor qualidade de vida possível em cativeiro. Vamos pensar nisso antes de adotar ou adquirir um animal!
(Fotos extraídas do Google).
Observação: Algumas informações do texto acima são de minha autoria, pelos estudos que realizei e pela experiência própria que tive criando a espécie. Outras foram coletadas das fontes logo abaixo:
Fontes: http://www.aquarismopaulista.com/mussum-synbranchus-marmoratus/
https://www.cpt.com.br/artigos/peixes-de-agua-doce-do-brasil-mussum-synbranchus-marmoratus
https://myaquarium.com.br/en/fish-species/marbled-swamp-eel-complete-care-guide/
https://thebrackishtank.tumblr.com/post/129737674204/marbled-swamp-eel-genus-synbranchus-species-s
https://www.youtube.com/watch?v=rq0EMDqzCF8 (Mr. Betta - Aquarismo)
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