Peixe Kinguio (Goldfish)

 

Olá pessoal!

Saiba mais neste post sobre este peixe muito conhecido no aquarismo e um dos mais criados em cativeiro, o Kinguio, conhecido mundialmente também como Goldfish, em razão de sua cor de tom dourado. É claro que existem outras variações de cores, mas a mais comum é a alaranjada.

Carassius auratus, conhecido pelos nomes comuns de peixe-japonês, peixinho-dourado, peixe-vermelho ou pimpão-encarnado (ou ainda quínguio no Brasil, do japonês kingyo ou kinguio), é uma espécie de pequenos peixes de água doce pertencente à família dos ciprinídeos (Cyprinidae), a que pertencem as carpas. Foi uma das primeiras espécies de peixes a ser domesticada e é ainda um dos peixes de aquário mais comuns no mundo inteiro. 

É uma variedade domesticada de uma carpa cinzenta-escura nativa da Ásia oriental. Foi domesticada, pela primeira vez, na China, e foi introduzida na Europa no final do século XVII. Tem muita variedade de tamanho, forma, configuração de nadadeira e cor (várias combinações de branco, amarelo, alaranjado, vermelho, marrom, e preto).é muito famoso no mundo todo graças as suas variedades e cores. Pode crescer até aos 59 cm e um máximo de 3 kg, ainda que tais valores sejam muito raros: a maior parte dos espécimes não atinge metade destas medidas. É ovíparo.  

A expectativa de vida do peixe Kinguio é cerca de 30 anos em lagos, e de 10 anos em aquários.

São peixes populares entre os aquaristas, mas quem está começando nesse hobby nem sempre se atenta para os cuidados necessários que é preciso ter com esse peixe.

O peixe Kinguio, que também é conhecido como peixinho-dourado, é próprio para lagos ou aquários grandes já que não possuem estômago, e isso faz com que busquem por comida o tempo todo, sujando o aquário mais do que outros peixes.

O peixe Kinguio possui comportamentos que derivam da carpa nativa, tanto comportamentos de grupos como individuais.

Essa espécie de peixe possui comportamentos variados de alimentação, reprodução e comportamentos que os ajudam a fugir de suas presas, aumentando o sucesso de sua sobrevivência.

Os Kinguios convivem muito bem entre si, e apenas em raras exceções eles se atacam. Podemos dizer que o único momento em que eles podem ter algum atrito entre si é no momento de alimentação quando competem pela comida.

O Kinguio possui a capacidade de distinguir entre quatro cores primárias diferentes que os classificam como seres tetracromatas. Ele tem quatro tipos de células cone que são sensíveis, respectivamente, a cores diferentes: vermelho, verde, azul e ultravioleta.

O peixe Kinguio possui dois otólitos, permitindo a detecção do movimento das partículas sonoras, e ossículos Weberianos conectando a bexiga natatória aos otólitos, facilitando a detecção da pressão sonora.

Os Kinguios possuem fortes habilidades de aprendizado social e habilidades de aprendizado associativo. Sua capacidade visual permite distinguir a diferença de humanos individuais. 

Com o passar do tempo, os peixes reagem de acordo com a pessoa que se aproxima do aquário. Se é o dono, eles costumam reagir favoravelmente a eles (nadando rapidamente ao redor do aquário e indo até a superfície para comer), e quando outras pessoas se aproximam, eles se escondem.

Os Kinguios que têm contato visual constante com os humanos deixam de considerá-los uma ameaça. Depois de ser mantido em um aquário por várias semanas, às vezes meses, torna-se possível alimentar um peixe Kinguio na mão sem que ele se afaste.

O Kinguio tem um período de memória de pelo menos três meses e pode distinguir entre diferentes cores, formas e sons. Usando o reforço positivo, o peixinho dourado pode ser treinado para reconhecer e reagir a sinais luminosos de cores diferentes ou até mesmo para realizar truques.

Na natureza, a dieta de peixe Kinguio consiste em insetos, crustáceos e várias matérias vegetais.

Como mencionado acima, os Kinguios têm um sistema digestivo muito peculiar já que não possuem estômago, e por esse motivo, é necessário uma dieta especial com rações de alta qualidade.

Por não terem estômago, o alimento é mais rapidamente processado pelo seu sistema digestivo, indo direto para seu comprido intestino (normalmente o dobro do comprimento de seu corpo) e impedindo que o alimento seja aproveitado ao máximo.

É por esse motivo que o peixe Kinguio tem um apetite voraz, querendo comida a todo momento.

Por terem esse sistema digestivo diferente, recomenda-se dar pequenas porções de ração na hora de alimentar os Kinguios. Se alimentar demais, a qualidade da água será afetada já que eles acabam produzindo uma quantidade de dejetos superior em relação a peixes com estômago.

Outro ponto a se atentar, é que pelo fato de não possuírem estômago, eles não tiram proveito do ácido clorídrico que é o responsável por digerir gorduras associadas à proteína.

Kinguios podem acumular gordura em seu organismo quando alimentados com rações inadequadas, e poderão contrair a síndrome da bexiga natatória, fazendo com que flutuem rapidamente.

Inserir rações balanceadas e de qualidade para o peixe Kinguio é fundamental já que possuem baixos índices de gordura e adicionais vitamínicos vitais como Alfa tocoferol, ácido ascórbico, e em alguns casos probióticos naturais.

Flocos e granulados podem ser oferecidos mas é importante condicionar esses alimentos antes de alimentar os peixes. Quando usar granulados, é importante deixar de molho por cerca de 5 minutos para que o ar contido nos grãos saia.

Caso utilize os flocos, a porção a ser ministrada deve ser deixada de molho em recipiente com água por aproximadamente 2 minutos para que a ração “expanda” (a ração se torna 3 vezes maior ao ser hidratada) evitando que algumas variedades mais sensíveis de kinguios (ovais) tenham problemas digestivos.

A boa qualidade e a especificidade garantem um bom equilíbrio alimentar aos nossos kinguios.

Os Kinguios crescem até a maturidade sexual com a nutrição correta e água suficiente. É possível a reprodução desses peixes em cativeiro, especificamente em ambientes de lagoas.

A reprodução do peixe Kinguio normalmente ocorre após uma mudança significativa de temperatura, geralmente na primavera, onde os machos perseguem as fêmeas que já carregando ovos e as estimulam a soltar seus ovos ao se esfregarem e cutucarem.

Os Kinguios, como todos os ciprinídeos, colocam ovos. Seus ovos são grudentos e fixam-se à vegetação aquática, plantas tipicamente densas como Cabomba ou Elodea. Os ovos eclodem dentro de 48 a 72 horas.

Dentro de uma semana, os alevinos começam a assumir sua forma final, embora um ano possa passar antes de desenvolverem uma cor dourada madura (até então eles são um marrom metálico como seus ancestrais selvagens).

Em suas primeiras semanas de vida, os filhotes crescem rapidamente pois é uma adaptação devido ao alto risco de serem devorados pelos adultos (ou outros peixes e insetos) em seu ambiente.

Alguns Kinguios seletivamente criados não podem mais se reproduzir naturalmente devido à sua forma alterada. O método de reprodução artificial chamado “remoção de mãos” pode ajudar a natureza, mas pode prejudicar o peixe se não for feito corretamente. Em cativeiro, os adultos também podem comer jovens que encontram.

A reprodução seletiva do Kinguio (Carassius auratus) ao longo dos séculos produziu muitas variações de cor, algumas delas muito distantes da cor “dourada” do peixe original.

Existem também diferentes formas corporais, configurações de aletas e olhos. Algumas versões extremas do peixe dourado vivem apenas em aquários (são muito menos resistentes do que as variedades mais próximas do original “selvagem”).

Existem atualmente cerca de 300 raças reconhecidas na China, onde a grande maioria das raças de peixes dourados é originária.

Kinguios são peixes originalmente de água fria e, portanto, seu metabolismo requer mais oxigênio do que peixes tropicais. Há uma regra para povoar o aquário, que deve ser de 60 a 80l por exemplar adulto. Sabemos que eles crescem muito com o tempo, principalmente exemplares de determinadas raças como Cometa, Oranda, Cálico, Telescópio e kinguios comuns, além de algumas outras. Com condições favoráveis, indivíduos dessas raças atingem padrão de matriz com menos de 2 anos de idade.

Por isso, um aquário para 2 kinguios, considerando uma excelente filtragem, deve ter no mínimo 150l.
Observe também que o aquário deverá passar por uma ciclagem para a formação da colônia de bactérias nitrificantes. Esse período dura em média de 30 a 40 dias, no qual nenhum peixe deve ser adicionado ao aquário, pois morreria envenenado por nitrito e amônia. 

Ao contrário do que as vezes vemos por aí, não devem ser criados naqueles aquários redondos minúsculos, já que não oferecem o espaço mínimo necessário para o animal, além de sujar muito mais rapidamente a água com seus detritos produzidos. Responsabilidade hein pessoal!

A filtragem é o ítem mais importante a ser considerado. É preciso que a vazão de filtragem compreenda 10 vezes o volume do aquário. Isso se faz necessário para manter a boa qualidade da água, retirando com eficiência fezes, restos de alimentos e outros detritos.

Os melhores filtros são os externos por sua praticidade e custo acessível, sendo melhores os do tipo canister pela maior eficiência e espaço para acomodação de mídias.

Um outro ponto a ser observado é a correnteza. Águas muito agitadas nas saídas desses filtros devem ser evitadas, pois não são ideais aos gordinhos, que possuem natação desajeitada por natureza.

A fim de incrementar a oxigenação, o nível da água pode ser fixado a uma distância suficiente da saída do filtro para prover a formação de uma discreta cascatinha. 

Kinguios e layouts muito elaborados são incompatíveis. Eles fazem sua própria decoração revolvendo o fundo. O melhor substrato é o cascalho número 1 ou areia grossa de rio.

Evite cascalhos de granulometria muito grande, pois os vãos deixados entre eles convertem-se em depósitos de detritos que comprometem a qualidade da água. Evite também cascalho cujo tamanho permita ser engolido pelos peixes, isso pode provocar acidentes, já que o pedregulho pode ficar entalado na boca, ferindo-os e, não raro, levando-os à morte.

Evite, também, os cascalhos coloridos artificialmente; a tinta contida neles pode ser liberada na água.
Uma camada de 5 cm de substrato é suficiente.

Plantas e kinguios raramente podem conviver. Apenas algumas espécies como as Anubias, Sagittarias e outras de folhas largas e duras podem resistir aos seus ataques. Kinguios são onívoros, ou seja, comem de tudo um pouco e, como tal, plantas fazem parte do cardápio.

Layouts com rochas ficam bem em aquários de kinguios. Mas fique atento às extremidades, evite rochas muito pontiagudas para que não machuquem ou desfiem suas longas caudas.

Cuidado com as grutas e outras estruturas, certifique-se de que estejam bem firmes, as rochas de alicerce bem fixadas para que, esbarrando o peixe, não causem um acidente.

Cortinas de bolhas podem conferir um efeito bonito ao aquário e acrescentar pequeno reforço de oxigenação no verão, quando a temperatura se eleva. 

Algumas pessoas gostariam de colocar outras espécies junto com os kinguios. Isso não é aconselhável pelas seguintes razões:

Parâmetros de água: Kinguios são peixes de pH alcalino (ideal de 7,2 a 7,5)
Temperatura: embora nossos kinguios sejam aclimatados a temperaturas mais elevadas, seu metabolismo é prejudicado em temperaturas maiores que 24 °C, pois quanto mais quente, menor a taxa de oxigênio dissolvido e mais acelerado o metabolismo.
Sua natação desajeitada e lenta, seu temperamento dócil e suas longas caudas os tornam vulneráveis aos ataques de outras espécies.
Portanto, a melhor combinação é sempre kinguio com kinguio, lembrando que são muito sociáveis, por esse motivo é aconselhável que tenha pelo menos dois em aquário compatível.

Se você está pensando em ter um belo peixe, dócil e de expectativa de muitos anos, o Kinguio pode ser a escolha perfeita. Sua diversidade de formas e cores o tornaram um dos peixes ornamentais mais populares do mundo.

Devemos ter muito cuidado e responsabilidade ao cuidar de um animal, afinal estamos lidando com vidas. Devemos sempre buscar oferecer o melhor para o animal, até porque eles dependem de seu tutor para ter a melhor qualidade de vida possível em cativeiro. Vamos pensar nisso antes de adotar ou adquirir um animal!

 

 







 

 

Observação: Algumas informações do texto acima são de minha autoria, pelos estudos que realizei e pela experiência própria que tive criando a espécie. Outras foram coletadas das fontes logo abaixo:


Fontes do texto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carassius_auratus

https://www.aquaristz.com/aquario-agua-doce/kinguio-guia-completo/

http://www.aquarismopaulista.com/aquario-kinguios/






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