Calopsita

 

Olá pessoal!

 

Falaremos neste post sobre esta belíssima ave que é uma das mais criadas como pet no mundo todo.

A calopsita (português brasileiro) ou caturra (português de Portugal) (Nymphicus hollandicus) é uma ave que pertence à ordem Psittaciformes (mesma dos papagaios e periquitos) e à família Cacatuidae. Natural da Austrália, a espécie foi descrita pela primeira vez em 1792.  

Calopsitas são dóceis aves que são amplamente adotadas como pássaros de estimação devido à grande capacidade de socialização e à uma série de incontáveis virtudes.

A calopsita ou caturra é um dos psitacídeos mais escolhidos como animal de companhia. Ela é a primeira opção de muita gente não só porque geralmente tem um preço baixo, mas principalmente porque é uma ave que, para além de ser linda, pode ser muito mansinha.

O custo de manutenção é relativamente baixo mas, quando falamos de tempo e dedicação, aí o custo é bastante elevado. Não são meros objetos de decoração para nós humanos colocarmos em em nossas casas numa gaiola. As calopsitas são seres incrivelmente inteligentes e, se estão em cativeiro, é nossa responsabilidade dar-lhes as melhores condições possíveis e que promovam o bem-estar delas.

Fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento saudável da calopsita são a boa alimentação, um habitat higienizado e tranquilo e a constância da interação entre o pet e seus donos

Antes de comprar ou adotar uma calopsita, você deve refletir se este será o animal de companhia mais adequado para você e sua família. Nem sempre as aves se adaptam a todos os estilos de vida. Estes animais requerem muito tempo livre, empenho e dedicação. Para além disso, adotar um destes animais é um compromisso que pode durar décadas (as calopsitas podem viver 20 anos).

Se você procura um animal calmo, que faça pouco barulho e que não faça muita sujeira, a calopsita, ou qualquer outro psitacídeo, não é o melhor animal para você.  

As calopsitas, enquanto filhotes, além de serem fofas e pequenas, são muito frágeis e delicadas. Devido a isso, para que elas cresçam saudáveis, é preciso tomar cuidados específicos quanto à alimentação, à higiene e ao habitat.

Principalmente quando são recém-nascidas, os pais cuidam da alimentação dos filhotes. No entanto, como os bichinhos estão sendo criados em cativeiro, o ciclo natural pode ser alterado, fazendo com que o tutor tenha que intervir alimentando os pets com papinhas apropriadas. A maioria é comprada seca em pet shops e, quando for utilizada, deve ser diluída em água.

Quanto ao procedimento, fique atento: caso o filhote tenha menos de 20 dias de vida, o ideal é alimentá-lo de três em três horas com 5 ml de papinha; caso tenha mais de 20 dias, alimente-o de seis em seis horas com 10 a 15 ml de comida.  

Para que a calopsita cresça com saúde, é preciso higienizá-la adequadamente. Manter a gaiola sempre limpa, removendo as excretas diariamente também é outro fator importante.

Para limpar o pet, passe um pano úmido limpo no bico sempre que ele terminar de se alimentar. Dilua, também, um pouco de sabonete neutro em água morna e passe, com o pano, a mistura suavemente pelas penugens e penas do filhote. Após isso, seque o animal com um pano macio. Assim, todos resquícios de papinha sairão. 

Assim como os bebês humanos, quando os filhotes de calopsita sentem fome e principalmente frio, eles choram, gritam e ficam inquietos. Enquanto o animal ainda não está empenado, para aquecer o ambiente em ele está, coloque uma lâmpada de aquecimento que faça com que a temperatura se eleve para 35,5º C.

Ademais, fique atento aos sinais: se o pequeno pássaro estiver encolhido e tremendo, isso indica que ele não está recebendo aquecimento suficiente. Por isso, esteja sempre em alerta para que o animal consiga se aquecer bem.

A partir de duas semanas de vida já é possível amansar o filhote de calopsita. Ainda que o animalzinho tenha, por instinto, medos que o fazem recuar quando o tutor tenta pegá-lo, é importante insistir e brincar constantemente com ele. Pegando-o por aproximadamente dez minutos sem afastá-lo muito do ninho, de modo rotineiro e gradual, o pet se tornará cada vez menos arisco.

Quando o filhote possui de seis a sete semanas de vida, é preciso transferi-lo para uma gaiola, afinal, ele está aprendendo a voar e precisa de bastante espaço. Acompanhe e vigie as tentativas de voo para que o animal não se machuque, já que as penas não estão completamente desenvolvidas ainda.

A gaiola precisa ser bem espaçosa e deve ter os poleiros localizados próximos ao chão, para que o filhote possa subir neles com facilidade; inclusive, é comum que ele durma e descanse em cima deles.

É de fato discutível se as aves devem ser mantidas em gaiolas, uma vez que estas criaturas foram feitas para voar. Apesar disso, a gaiola é a melhor forma de garantir a segurança da sua calopsita.

A gaiola deve ter no mínimo largura suficiente para a ave poder abrir e bater as asas sem danificá-las e altura suficiente para que, quando empoleirada, a cauda não toque no solo. Dê preferência a gaiolas com barras horizontais, porque permitem que as aves trepem e essa é uma das atividades favoritas delas!

A localização ideal da gaiola depende da personalidade da calopsita. A maioria das calopsitas são bastante sociáveis e, por essa razão, zonas como a sala de estar são uma das melhores opções para maximizar a interação social dela com as pessoas que por ali passam. Por outro lado, calopsitas mais tímidas podem preferir zonas mais calmas da casa, como um quarto. É aconselhável que a posição da gaiola esteja ao nível do seu olhar, pois isso dará uma maior sensação de segurança para a calopsita. Alguns etólogos afirmam que posições muito elevadas da gaiola podem promover a agressividade da ave, porque a ave se sente superior aos restantes membros da família. Outros afirmam que aves mais inseguras podem viver num estado de intensa ansiedade se a gaiola estiver muito baixa. Para além disso, para promover uma maior sensação de segurança a gaiola deve estar encostada a uma parede.

Antes de ter uma calopsita é importante entender que ela sente bastante frio quanto as temperaturas caem, já que é um animal biologicamente preparado para temperaturas quentes. Para evitar que essas aves fiquem resfriadas (sim, calopsitas ficam resfriadas) ou que tenham maiores problemas, atenção quanto às dicas: 

A exposição à luz solar é fundamental para o bem-estar da sua calopsita. É através do sol que a sua calopsita vai produzir vitamina D (essencial no metabolismo do cálcio). É muito importante que a luz solar seja direta e não através de um vidro. Se a gaiola não está perto de uma janela, pode colocar a gaiola na rua durante algumas horas (final do dia ou início da manhã para o calor não ser exagerado). Lembre que a calopsita tem de ter sempre uma sombra onde se possa refugiar!

Caso o tempo esteja nublado ou as noites sejam muito frias, optar por aquecedores é uma ótima alternativa. Mas tenha cuidado: jamais deixe a ave voar livremente em um ambiente com o aquecedor ligado e acessível a ela, pois podem ser causados acidentes ou fatalidades.

É interessante usar o aquecedor elétrico pois há muitas opções que permitem que seja feita a regulagem da temperatura. Uma ótima temperatura para as calopsitas circunda entre 22º C e 28º C.

Ao contrário dos aquecedores, as lâmpadas de calor são comuns e podem ser adquiridas em quaisquer lojas de produtos para animais ou pet shops. Lâmpadas de 40 watts são acessíveis financeiramente e suficientes para aquecer a gaiola. É importante que as aves não tenham acesso direto à lâmpada para que não se queimem.

Certifique-se, também, de que há áreas aquecidas e outras não aquecidas no ambiente em que a calopsita vive, pois assim ela pode se refugiar em outros cantos da gaiola quando não quiser mais tanta irradiação de calor.

Os ventos de ar, também conhecidos como friagem, são comuns no inverno. Infelizmente, eles esfriam a gaiola e, portanto, o ambiente em que a calopsita vive. Uma boa opção para “cortar” tais correntes de ar é cobrir a gaiola com um lençol ou com lonas e telas grossas. Mas lembre-se de não manter a cobertura por muito tempo, pois a ave precisa interagir constantemente.

Também é viável manter a gaiola longe de janelas, varandas e quintais, principalmente à noite, quando a circulação dos ventos é mais intensa.

Em dias muito quentes, a água tende a evaporar rapidamente. Por isso, abasteça constantemente o bebedouro da calopsita com água fresca mineral ou filtrada. A hidratação da ave é fundamental para que sua temperatura corporal se mantenha constante e para que ela se refresque de dentro para fora.

É possível, também, disponibilizar água gelada para a ave, posto que, com o calor, a temperatura do bebedouro será elevada naturalmente; assim, a água disponível demora mais para esquentar. 

Para prevenir doenças nas calopsitas, é preciso zelar pelo bem-estar dessas aves. Para isso, sempre as alimente com ração ou alimentos de qualidade; investir em rações e grãos um pouco mais caros podem ajudar a promover a saúde e a longevidade do animal.

Além disso, brinque e interaja constantemente com a calopsita. Como o pássaro é ativo e brincalhão, evitar contato físico pode fazer com que ele se sinta sozinho e adoeça.

Enfim, visite um veterinário especializado em aves constantemente. Para que a prevenção seja efetiva, é preciso verificar as condições de saúde com um profissional qualificado.

Quanto à alimentação existem diversas misturas de sementes disponíveis comercialmente para calopsitas. Porém, nos últimos anos os veterinários têm recomendado que o melhor será optar por uma ração/pellets adequados para calopsita. Apesar de serem mais caros, eles são uma excelente escolha, na medida em que impedem que a calopsita escolha as sementes que mais gosta, prevenindo desequilíbrios nutricionais. As rações são elaboradas de acordo com as necessidades específicas de cada espécie e por isso, ao comprar uma ração, garanta que está a comprar concretamente para calopsita. Caso pretenda fazer a transição da alimentação da sua calopsita de sementes para ração, terá de o fazer de uma forma muito gradual. Geralmente a embalagem de ração traz instruções para fazer essa mudança da forma mais adequada. 

É muito importante que o consumo de ração ou sementes seja suplementado com frutas e vegetais. O ideal seria uma dieta composta de 75% ração, 20% frutas e vegetais e os 5% restantes para recompensas (por exemplo frutos secos).

A maioria dos veterinários desaconselha a suplementação, a não ser em casos de carência vitamínica previamente diagnosticados. Porque é desaconselhado? A maioria dos suplementos requer aplicação na água e é impossível controlar a quantidade de água que o animal ingere. Assim, existe um risco muito elevado de excesso ou deficiência nutricional. Já foram relatados vários casos de aves que devido a um excesso de suplementação com vitamina D desenvolveram hipercalcemia.

Permitir que a calopsita tome banho fomenta o comportamento natural, promove o bem-estar e ainda contribui para uma melhor manutenção das penas! Existem várias opções para as aves tomarem banho em cativeiro:

  • Recipiente de água: coloque um recipiente com água rasa (2/3 cm de altura no máximo). Mude a água diariamente. O ideal será retirar o recipiente quando ela termine de tomar banho e só voltar a colocar no dia seguinte.
  • Spray: coloque água num borrifador e molhe ligeiramente a sua calopsita à distância, simulando a chuva.
  • Chuva: coloque a gaiola na chuva durante alguns minutos. Faça isto naqueles dias em que está apenas chuviscando. Algumas aves adoram este método já que representa bem o que aconteceria em ambiente selvagem.
  • Chuveiro: algumas aves adoram tomar banho com os tutores. Existem até poleiros próprios com ventosa para colocar no chuveiro. Mas é preciso ter cuidado porque a água tem de estar à temperatura ambiente.

O importante é que a calopsita possa tomar banho regularmente, semanalmente ou diariamente. Observe o comportamento da sua calopsita e, se ela estiver nervosa ou desconfortável, não insista e tente noutro dia. Escolha o método que ela mais gostar. Geralmente o spray é o eleito da maioria das aves. Depois da ave tomar banho é muito importante que ela se possa secar, limpar e alisar as penas num ambiente quente e sem correntes de ar.

É muito importante que a sua calopsita durma as horas adequadas e sem interrupções. A privação de sono é uma das principais causas de problemas comportamentais (como por exemplo o picacismo, aves que arrancam as próprias penas)!

O ideal será a calopsita dormir entre 10 a 12 horas! Sim, elas precisam de dormir bem mais do que nós. Durante esse período não podem existir ruídos nem luzes que a despertem. Se a sua calopsita está habitualmente na sala de estar e a vossa família fica acordada até tarde, movam a gaiola para uma outra habitação quando chegar a hora da calopsita dormir. Uma calopsita que durma as horas adequadas será uma calopsita mais tranquila e menos estressada.

Brinquedos para calopsita

Existem muitas formas de enriquecimento ambiental para calopsitas. Os brinquedos são a forma mais fácil e mais utilizada. O ideal é ter poucos brinquedos dentro da gaiola: no máximo três, que devem ser trocados regularmente. Tenha uma caixinha com os brinquedos favoritos da sua calopsita e vá trocando, assim estará promovendo o interesse dela.

Existem vários tipos de brinquedos disponíveis no mercado:

  • Cordas
  • Sinos
  • Escadas
  • Baloiço
  • Espelhos

Você pode também construir brinquedos caseiros utilizando ramos naturais, corda, cartão. Os brinquedos ideais são os que oferecem um desafio para a calopsita conseguir comida. A maioria das calopsitas tem sempre comida à disposição, o que compromete o comportamento de foraging (busca de comida) que, tal como lhe contamos, em ambiente selvagem ocuparia 70% do dia da ave. Por esta razão, temos de combater essa falha em cativeiro. A forma mais fácil é utilizar estes brinquedos em que a ave tem de descobrir como manusear para receber recompensas, que podem ser frutos secos ou mesmo as sementes favoritas dela. Existem muitos brinquedos disponíveis nas petshop e, como alternativa, você pode tentar construir você mesmo.

A interação social é uma componente essencial do dia-a-dia da calopsita. Caso a calopsita esteja alojada sozinha, deve ser família quem representa o papel que em ambiente selvagem teria o bando. Podem incluir a calopsita em variadas atividades familiares. Você deve falar com ela, assobiar e até o adestramento pode ser uma excelente atividade para promover esta interação social. Quando a ave fica muitas horas sozinha, pode utilizar gravações de outras aves para que esta se sinta mais acompanhada e estimulada. Esta pode ser também uma excelente forma de treinar alguns assobios!

É importante que a calopsita tenha liberdade fora da gaiola de modo a fomentar a prática de exercício físico (através principalmente do voo) que é essencial para o bem-estar dela.

As calopsitas são aves muito inteligentes e, quando vivem debaixo do nosso teto, somos nós os responsáveis por tudo o que as rodeia. Assim, é nosso dever não disponibilizar apenas água e comida mas também oferecer um ambiente estimulante à altura das capacidades cognitivas destas aves.


 




 

Fontes do texto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nymphicus_hollandicus

https://www.peritoanimal.com.br/como-cuidar-de-calopsita-22246.html 

https://guiaanimal.net/articles/159

 

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