Ampulária (Pomacea diffusa)

 

São excelentes para integrar a equipe de limpeza de aquários de água doce. Também chamada de Apple Snail.

A Ampulária (Pomacea diffusa) é o caramujo perfeito para quem procura esse tipo de animal para o aquário. Elas são muito fáceis de cuidar e, por fim, gostam de percorrer o aquário todo em busca de comida. Elas podem viver com a maioria das espécies de peixes tropicais, além disso, são ideias para manter o aquário livre de algas.

As ampulárias são encontradas na natureza em lagos, pântanos e alagadiços das regiões tropicais de subtropicais de todo o mundo, principalmente na América do Sul, América Central, centro-sul da África e sudeste asiático. Normalmente são águas com pouca correnteza e oxigenação, o que favoreceu o desenvolvimento do sifão respiratório e da respiração dupla. Como os habitats onde vivem as ampulárias localizam-se em regiões com estações secas e chuvosas, tais lagos e alagadiços podem vir a secar, expondo as ampulárias à total ausência de água. Para “driblar” essa situação adversa, os ampularídeos desenvolveram um opérculo córneo, feito principalmente de queratina, que permite que o animal permaneça com sua concha firmemente fechada, evitando assim a perda excessiva de umidade. Em seu habitat natural, na época da estiagem, o ampularídeo fecha sua concha com o opérculo, enterra-se total ou parcialmente na lama e entra num estado de “hibernação”, até que as condições melhorem. O opérculo também é muito útil para que a ampulária defenda-se de eventuais predadores.

Os ampularídeos do gênero Pomacea estão entre os mais populares moluscos dulcícolas encontrados no aquarismo ornamental. O habitat desses moluscos do Novo Mundo se estende desde o sudeste dos Estados Unidos, toda a América Central, países do norte da América do Sul, ocorrendo em todo o território brasileiro até a bacia do Rio La Plata, na Argentina. Pomaceas podem ser encontradas também no sudeste asiático, onde foram introduzidas, desde o sul do Japão até a Indonésia.

Uma das maneiras mais fáceis de identificar uma Pomacea é observando o longo sifão respiratório.

O corpo dos ampularídeos do gênero Pomacea apresenta tentáculos cefálicos e labiais longos, além da característica mais significativa do gênero: a presença de um extenso sifão respiratório, que se estende por até 2 vezes e meia o comprimento do animal. O corpo pode apresentar colorações que variam do cinza claro ao amarelado, com ou sem pontos escuros. Todas as pomaceas colocam seus ovos seus ovos acima da coluna de água.

Pomaceas são animais rústicos e resistentes, não sendo tarefa difícil mantê-las saudáveis em boa parte dos aquários comunitários. Calcula-se cerca de 10-15 litros de água para cada ampulária de tamanho médio. É aconselhável que o aquário possua tampa para evitar “passeios” noturnos, embora ampularídeos possam resistir emersos por várias horas – ou dias.

Uma coluna de ar de aproximadamente 5 cm entre a superfície da água e a tampa é necessária, caso contrário a pomacea não irá conseguir captar oxigênio do ar, e como sua respiração branquial é insuficiente, ela literalmente irá morrer afogada. Áreas de sombra são recomendáveis, embora ampulárias sejam absurdamente míopes, seus olhos possuem capacidade de captação de luz e indivíduos albinos irão sentir-se mais confortáveis com regiões onde possam abrigar-se da claridade. O substrato deve ser preferencialmente arenoso, sem pontas/arestas afiadas que possam ferir o animal. O mesmo vale para pedras, troncos ou qualquer outra decoração presente no aquário.

Não é recomendável manter ampulárias em aquários exclusivamente destinados à reprodução de peixes. Além de algumas espécies de peixes apresentarem um comportamento extremamente territorial/agressivo na época de reprodução (como boa parte dos ciclídeos), podendo ferir gravemente a pomacea, esta possui uma tendência a devorar ovos de peixes, chegando a dizimar uma ninhada inteira, sendo indiferente aos ataques dos pais cuja espécie não atinja grandes dimensões (Apistogramma sp., por exemplo).

Pomaceas convivem muito bem com a maioria dos peixes, sendo completamente inofensivas para com outros habitantes do aquário. Nos casos de incompatibilidade entre peixes e ampulárias, é sempre esta que sai em desvantagem. Alguns peixes podem desde “divertir-se” mordiscando os tentáculos das pomaceas, até arrancando pedaços do animal, acabando por matá-lo. Exemplos de peixes que podem atacá-las são bettas, botias, baiacus, e ciclídeos como oscar.

Pomaceas são animais surpreendentemente resistentes. Elas conseguem sobreviver em águas com níveis de poluição, amônia e nitritos praticamente absurdos, que a grande maioria dos peixes e invertebrados não conseguiria resistir por muito tempo. No entanto, pomaceasnão são “invencíveis”, e podem vir a desenvolver doenças e morrer prematuramente se não forem mantidas em condições no mínimo respeitáveis para garantir sua qualidade de vida. Isso significa água limpa, manutenção regular, trocas parciais de água frequentes, estabilidade dos parâmetros, etc.

Ampularídeos necessitam de uma concentração de cálcio mínima para desenvolverem e manterem suas conchas saudáveis, caso contrário elas se tornam frágeis e quebradiças, levando o animal à morte. Há quem diga que pomaceas não sobrevivam em pH ácido, o que não é totalmente verdade, já que o responsável pela concentração de cálcio é o GH (dureza geral), que pouco tem relação com o pH. Porém um GH alto é relativamente raro em águas ácidas, ocorrendo muito mais freqüentemente em águas alcalinas, conseqüentemente, na maioria das vezes ampulárias conseguem viver melhor em águas alcalinas. De qualquer forma, pomaceas conseguem tolerar uma faixa de pH entre 6.5 a 8.8, sendo mais recomendável uma faixa de pH tendendo a neutro (7.0).

O parâmetro mais importante para as ampulárias sem dúvida é a temperatura. É a responsável pela atividade metabólica, reprodutiva, desova, velocidade de crescimento e do ciclo de vida. Embora as pomaceas sejam bastante tolerantes a variações bruscas, temperaturas extremas podem matá-las em questão de horas. No caso da Pomacea canaliculata e P. bridgesii, temperaturas acima de 32° são potencialmente fatais; sobrevivem de 15-20 dias em 0°C, 2 dias em -3°C e não mais que 6 horas em -6°C. A P. paludosa, em temperaturas acima dos 40°C morre em 1 a 4 horas. Sua vida é reduzida para alguns dias quando submetida a temperaturas menores que 5°C. Entretanto, a temperatura ideal para manter ampulárias é na faixa entre 24 e 28°C.

Ampulárias são relativamente fáceis de alimentar. Contudo, deve-se oferecer uma grande variedade de alimentos a fim de garantir a qualidade de vida do animal e sua longevidade, bem como evitar doenças. Pomaceas em geral irão preferir uma dieta vegetariana, portanto verduras e legumes como cenoura, alface, batata, pepino, etc, serão bem recebidos. Entretanto, as pomaceas são onívoras e necessitam de alimentos de origem animal como fonte de proteínas. Para satisfazer tal necessidade, pode-se oferecer também ração para peixes e comida congelada. Eventualmente as pomaceas podem alimentar-se de ovos, vegetais em decomposição, ou ainda cadáveres de peixes e invertebrados. Quanto à ração a melhor é a para peixes de fundo.

Na verdade, nem todas as espécies de caramujos são ideais para aquários plantados, pois alguns deles adoram comer as folhas das plantas. No caso das ampulárias, no entanto, se forem bem alimentadas, muito provavelmente suas plantas ficarão salvas.

 








 

Fontes do texto: http://www.aquarismopaulista.com/ampularideos-genero-pomacea/

https://myaquarium.com.br/invertebrados/ampularia-pomacea-diffusa/

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