Calango - Tropidurus Torquatus
Nesta postagem falaremos sobre uma espécie muito comum no Brasil, tanto em áreas urbanas como rurais.
Tropidurus torquatus é um calango da família Tropiduridae, conhecido popularmente por lagarto da lava amazônica.
Tropidurus torquatus é uma espécie amplamente distribuída, com populações vivendo em diversos habitats e sob diferentes pressões ambientais. São encontrados geralmente no solo ou em pedreiras, habitando locais com menor circulação de pessoas. Tal como gostam das pedras, também pode optar por concreto e áreas com madeira (de modo a facilitar a camuflagem).
São maiores do que as lagartixas encontradas no interior das
residências, todavia, não ultrapassam 30 centímetros de comprimento.
Chamado também de Calango, Calango-de-Muro, Calango-do-Cerrado, Calango-Urbano, Labigó, Lagartixa, Lagartixa-Preta, Lagarto, Lagarto-da-Pedra, Lagarto-de-Parede, Taraguira, Trauíra e lagarto da lava amazônica.
Apresenta registros na Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Colômbia, Uruguai, Paraguai e Brasil, em ambientes de Cerrado e Mata Atlântica. No Brasil, é encontrado nos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Paraíba, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
É um lagarto com escamas imbricadas fortemente, possuindo uma pele impermeável, uma dobra com duas bolsas na lateral do pescoço, e uma cabeça larga e robusta. Como se trata de um réptil, importante saber que são animais ectotérmicos (popularmente chamamos de animais de sangue frio), ou seja, capazes adquirir estabilidade da temperatura corpórea por meio da regulação da troca de energia térmica com o ambiente. Lagartos são particularmente bons na termorregulação comportamental.
Espécies do gênero Tropidurus são consideradas espécies onívoras com estratégias alimentares do tipo senta-e-espera e com uma dieta generalista, ou seja, consomem grande proporção de tipos de presas sem especificidade, alimentando-se de invertebrados, principalmente formigas e coleópteros, pequenos vertebrados, flores e frutos.
As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta de 65 mm SVL (distância entre o focinho e a abertura cloacal), enquanto os machos se tornam sexualmente maduros em 70 mm SVL.
Reproduz durante a estação seca até metade da estação chuvosa e número de ovos (de dois a seis) por ninho e época de reprodução variam entre os diferentes biomas brasileiros, conforme observado no Cerrado, Restinga e Pampas (pastagens do sul).
Ao sentirem-se ameaçados, costumam se esconder em fendas e buracos. Ao
serem capturados, tendem a permanecer imóveis, como se estivesse
fingindo morte.
Muitas espécies de lagartos como os calangos possuem a autotomia como estratégia de defesa, ou seja, ao serem ‘atacados’, desprendem a cauda para distrair o predador (esta cauda permanece em movimento após ser desprendida). Uma nova cauda será regenerada no local, dias depois.
Quanto à sua criação em cativeiro, mesmo que os calangos sejam lagartos simples, é importante certificar-se de que sua criação seja legalizada pelo IBAMA.
Caso seja um animal legalizado e não retirado da natureza, já que isso configuraria crime ambiental (artigo 29 da Lei 9.605/1998), estes são os cuidados para criá-lo em cativeiro:
Por incrível que pareça, calangos podem se ‘acostumar’ a ter certo convívio humano, desde que tal convívio ocorra destes filhotes.
A criação deve ocorrer em um viveiro com espaço suficiente para livre movimentação e adição de elementos como rochas, folhas secas, troncos de árvores (inclusive com espaços ocos para abrigo) ou pedaços de madeira- de modo que possa haver aproximação ao ambiente natural destes répteis.
Embora os calangos vivam em bando quando na natureza, para a criação em cativeiro, a recomendação é que sejam inclusos poucos indivíduos, de modo a evitar estresses, competições desnecessárias e até mesmo mortes, uma vez que são animai naturalmente territorialistas. Quando estão em bando na natureza desenvolvem um senso automático de hierarquia- comportamento que não ocorre na criação em cativeiro.
Fatores como a temperatura e a umidade do terrário não devem ser negligenciados. O ideal é que, tanto de dia quanto de noite, a temperatura possa estar próxima à faixa dos 28 aos 30 °C. Em relação à umidade, esta deve estar em aproximadamente 20%.
Não recomenda-se colocar calangos filhotes em terrários que já possuam adultos que habitem no local.
Para a alimentação, basta inserir no espaço insetos como formigas, vespas, aranhas, larvas, besouros e outros. Uma alternativa para deixar essa etapa mais prática é procurar em lojas especializadas estes insetos na forma peletizada, ou seja, processada como ração.
Recomenda-se limpeza deste terrário 1 vez a cada 15 dias ou, no
mínimo, 1 vez ao mês. Não são animais que fazem muita sujeira, logo essa
limpeza pode ser simples, removendo os resíduos de comida e de material
em decomposição.
Fontes do texto: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/5257
https://reptile-database.reptarium.cz/species?genus=Tropidurus&species=torquatus
https://www.biodiversity4all.org/taxa/38961-Tropidurus-torquatus
https://www.mundoecologia.com.br/animais/como-cuidar-de-um-calango/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
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