Lagosta Filtradora
Conheça nesta postagem este belíssimo animal, a Lagosta Filtradora (Atya gabonensis).
Apesar de ser chamado de lagosta se trata na verdade de um camarão.
Eu (responsável pelo blog) tenho a minha e considero um animal incrível, muito interessante de se criar e observar seus comportamentos.
Chamada de Camarão-filtrador africano, Camarão-negro, Lagosta filtradora, além de nomes regionais (como Coruca). Em inglês chamada de Vampire Shrimp, Viper shrimp, Gabon Shrimp, entre outros.
Encontrada na Face atlântica da África e América do Sul.
Os machos adultos chegam a 14 cm. Fêmeas chegam a 9 cm.
Precisa viver em águas com temperatura entre 23 e 28º C. Ph 6,5 a 7.6. Dureza da água média a dura.
Este animal tem importância econômica em algumas regiões da África, fazendo parte da alimentação de populações ribeirinhas. Porém, de forma curiosa, algumas comunidades pesqueiras (como os pescadores Ijaw do Rio Osse) evitam a coleta destes animais, que são considerados “espíritos protetores” dos camarões.
Às vezes é encontrado à venda como “lagosta filtradora”, talvez pelo seu grande tamanho e aspecto impressionante das primeiras patas ambulatórias, parecidas com garras (um nome alternativo em inglês é “vampire shrimp”). Mas é um nome errôneo, é uma espécie de camarão, parente dos pequeninos Potimirim e Caridina.
O Atya gabonensis ocorre na face atlântica da África e América do Sul. Na África pode ser encontrada desde o Senegal ao Zaire, (principalmente nas bacias dos rios Niger e Volta), e na América ocorre no Suriname, Venezuela e Brasil (Piauí, Alagoas, Sergipe e São Paulo).
Vive em rios com rápida correnteza e alta concentração de oxigênio, geralmente com substrato rochoso. São mais raros do que os A. scabra.
Suas larvas têm parte do seu ciclo de vida em água salobra, o que limita bastante sua reprodução em cativeiro. Desta forma ocorrem somente em rios conectados ao mar. Pelo mesmo motivo, não são comuns em locais muito afastados da costa. Conforme vão se desenvolvendo e crescendo se mudam para água doce. Em cativeiro, o ajuste da salinidade é difícil, assim como a alimentação nas primeiras fases larvares.
A fêmea passa por uma muda pré-acasalamento, e logo após o macho deposita seu espermatóforo. Após a ecdise, a fêmea libera os ovos, que são fertilizados e se alojam nos pleópodes. Uma fêmea em boas condições produz cerca de 12 mil pequenos ovos, medindo cerca de 0,6 x 0,4 mm. Reproduz-se ao longo do ano, com picos em épocas chuvosas.
Após se transformarem em pós-larvas, começam a migrar rio acima, chegam ao seu destino já adultas, e sexualmente maduras. São longevos, há registros de animais mantidos em aquários por mais de 5 anos.
São camarões grandes e robustos (machos atingem 14 cm, fêmeas 9 cm), corpo relativamente curto e volumoso se comparado com outros camarões, com cabeça desproporcionalmente pequena. Os dois primeiros pares de pernas são adaptados para filtrar a água e capturar alimentos em suspensão, com tufos de pêlos em forma de leque nas extremidades. As primeiras pernas ambulatórias são grossas e com espinhos curtos, para se ancorar firmemente ao substrato, por viverem em locais de forte correnteza.
Rostro bem curto. A carapaça possui os espinhos antenal e pterigostomal, mas este último atrófico, um sinal que ajuda na sua distinção do A. scabra.
Mostra uma coloração cinza escura, pode ser puxado para marrom ou azul, com um aspecto monótono, sem padronagens.
A distinção de exemplares maiores com o Atya scabra geralmente é fácil, e baseada nos seguintes aspectos: Um padrão mais esculturado da carapaça, mesmo em juvenis, com cristas e carenas longitudinais junto à cabeça. Numa visão ventral do abdômen, o esterno do quinto segmento abdominal mostra uma projeção mediana curva, orientada posteriormente, semelhante a um chifre. Este ultrapassa a metade do sexto segmento, inclusive limitando a flexão neste local. Mostra um bico ocelar, que é uma proeminência alongada entre os olhos, parece uma lâmina. Seu telso é mais largo e quadrado.
Em exemplares juvenis pode ser difícil esta distinção, inclusive pode haver confusão também com Potimirim se forem animais muito pequenos.
Curiosamente indivíduos das populações africana e americana destes camarões são idênticos, indistinguíveis.
Originam-se de rios e córregos com rápida correnteza, e alta concentração de oxigênio, demandando estas condições mesmo em aquários. Em tanques sem correnteza, irão procurar locais com maior movimentação de água, geralmente se alojando junto à saída de filtros. Quanto ao tamanho do aquário, não tem uma litragem mínima indicada, mas para comunitários, quanto maior, melhor claro.
É uma espécie relativamente sensível, em especial em relação à dureza da água (ao contrário do A. scabra), vivendo melhor em águas de dureza moderada a alta (GH de 6-20º). A temperatura ideal é entre 23 e 28° C, pH de 6,5 a 7,6. Como outros camarões, são bastante sensíveis a compostos nitrogenados, e metais pesados são mortais para estes animais.
Quanto ao dimorfismo sexual, não é muito evidente, as fêmeas tendem a ser menores, e possuem pleuras abdominais arqueadas e alongadas, formando uma câmara de incubação. Também podem ser diferenciados pela análise dos órgãos sexuais, mas isto é bem difícil em animais vivos.
Algumas fontes descrevem que a primeira perna ambulatória é maior e mais robusta nos machos, talvez tendo um papel em disputas hierárquicas entre machos.
São animais pacíficos,
não brigam com outros animais nem com camarões da mesma espécie.
Tornam-se vulneráveis após a ecdise (muda), quando podem ser atacados por
animais mais agressivos. Alguns autores descrevem um comportamento
gregário, especialmente em indivíduos jovens. A cada aproximadamente 2 meses o camarão fará a muda (troca do exoesqueleto).
Possuem hábitos noturnos, principalmente adultos. O aquário deve proporcionar esconderijos para que possam se esconder durante o dia. Podem cavar tocas rasas no substrato, geralmente sobre rochas. São “desengonçados”, podem arrancar plantas e desorganizar o layout do tanque.
Possui alimentação onívora e detritívora, filtrando material orgânico com suas patas adaptadas. Com movimentos contínuos de preensão, partículas em suspensão são coletadas, e levadas à boca.
Observação: Algumas informações do texto acima são de minha autoria, pelos estudos que realizei e pela experiência própria criando a espécie. Outras foram coletadas das fontes logo abaixo:
Fontes do texto: http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=especies_ver&id_categoria=24&id_subcategoria=19&com=1&id=90&local=2
https://www.aquaa3.com.br/5-crustaceos-aquario/#Lagosta_filtradora_Atya_gabonensis
https://aquaticarts.com/products/vampire-shrimp
https://www.everythingfishkeeping.com/vampire-shrimp/
https://www.aquariumcarebasics.com/freshwater-shrimp/vampire-shrimp/
https://www.fishkeepingworld.com/vampire-shrimp/
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